Porto Velho / RO - sexta-feira, 3 de maio de 2024
(69) 99967-8787

Amazônia em chamas: Focos de incêndio aumentou quase 100% em um ano, diz INPE

Publicado em: 17/10/2023 - 7:33
Amazônia em chamas: Focos de incêndio aumentou quase 100% em um ano, diz INPE

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número de focos de incêndio registrados no Amazonas nos primeiros 15 dias de outubro aumentou 94% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As cenas são chocantes. Rios e igarapés secos e fumaça de queimada subindo pelo céu amazônico.

Manaus, capital do Amazonas encravada no meio da floresta, ficou recentemente encoberta por uma nuvem espessa de fumaça causada por queimadas no entorno da cidade.

A pouco mais de 500 quilômetros dali, carcaças de botos espalhadas pelo leito seco de um lago no interior da Amazônia assustam e preocupam moradores.

Cientistas, ambientalistas e representantes do governo federal avaliam que esses dois eventos podem ter relação com um fenômeno que vem preocupando a comunidade científica e os milhões de habitantes da região: a estiagem severa que atinge a Amazônia, especialmente a chamada Amazônia Ocidental, composta pelos Estados do Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima.

Na segunda-feira (16/10), a medição do nível do Rio Negro em Manaus registrou o ponto mais baixo desde 1902: 13,59 metros. Com isso, a seca neste local bateu o recorde da estiagem de 2010, considerada, até então, a maior da história.

Em outros rios importantes da região, como o Madeira, a vazante também já é a maior registrada.

O cenário inspira ainda mais preocupação porque a previsão é de que a temporada seca demore mais tempo que o habitual para acabar.

Capital sob fumaça e botos mortos
Nos últimos dias, as consequências da estiagem começaram a ser sentidas em diferentes partes da Amazônia.

Em estados como o Acre, a seca vem afetando a vida de milhares de moradores da capital, Rio Branco, que precisam ser abastecidos com água potável por caminhões-pipa iguais aos que atuam no semiárido do Nordeste brasileiro.

Pelo menos 4 mil famílias na capital do Acre dependem desse serviço.

Além disso, as autoridades locais já estimam prejuízos na agricultura em culturas importantes para a região como a da mandioca, a piscicultura, entre outras.

Em Rondônia, outro Estado afetado pela estiagem, o baixo nível do Rio Madeira levou à suspensão temporária do funcionamento da usina hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do Brasil.

No Amazonas, 50 municípios – de um total de 62 – já declararam situação de emergência.

Na semana passada, o governo federal anunciou um pacote de medidas para mitigar a situação que inclui a distribuição de mantimentos (comida e água potável) a populações afetadas e a dragagem de rios para permitir a navegação, principal meio de transporte na região.

A estimativa é de que pelo menos 451 mil pessoas já tenham sido afetadas, mas o governo estadual avalia que esse número possa mais que dobrar e chegar a 500 mil até o final do ano, caso as chuvas não comecem a cair na região.

A situação no Estado passou a chamar ainda mais atenção nesta semana por conta de uma nuvem de fumaça espessa que atingiu Manaus.

Segundo o portal G1, Manaus chegou a ter uma concentração de 499 µg/m3 de material particulado de até 2,5 micrômetros de diâmetro, conhecido pela sigla PM 2,5). A quantidade é 100 vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 5 µg/m3.

Em meio a esse cenário, escolas em Manaus abonaram faltas, cancelaram atividades externas como aulas de educação física e orientaram os alunos a utilizarem máscaras durante todo o dia.

Em entrevista coletiva realizada na sexta-feira (13/10), a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, disse que a fumaça que atinge Manaus é resultado de uma conjunção de fatores. Entre eles, estaria a seca prolongada.

“Há um cruzamento de três fatores. O primeiro deles é a grande estiagem provocada pelo El Niño que é agravada pela mudança do clima; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; e ateamento de fogo em propriedades particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa”, disse a ministra.

“O que nós temos hoje é uma situação bastante perigosa”, alertou a ministra.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número de focos de incêndio registrados no Amazonas nos primeiros 15 dias de outubro aumentou 94% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre 1º e 15 de outubro de 2022, foram detectados 1.503 focos. Em 2023, já foram 2.929.

A fumaça gerada por essas queimadas estaria sendo carregada pelo vento em direção à capital amazonense.

Autor e fonte: Leandro Prazeres – BBC News Brasil em Brasília

Foto: Alex Pazuello – Governo do Amazonas

Tags: , , ,

Comunicado da Redação – Em Rondônia
Site de notícias em Porto Velho, aqui você encontra as últimas notícias de nossa cidade e ainda Guajará-Mirim, Porto Velho, Candeias do Jamari, Triunfo, Nova Mamoré, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura, Vilhena e demais municípios de Rondônia. Destaque para seção de empregos e estágios, utilidade pública, publicidade legal e ainda Eleições 2022, Web Rádio, Saúde, Amazônia. www.emrondonia.com, online desde 2008: O Fera das Notícias é Beradeiro é Daqui, anuncie conosco e tenha certeza de bons negócios.

Siga o Em Rondônia Nas Redes Sociais

Siga o Em Rondônia Nas Redes Sociais

Desenvolvido por Argo Soluções

::: PUBLICIDADE EM RONDÔNIA :::