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A Terceira Margem – Parte CCLXXII – Expedição Centenária Roosevelt-Rondon 2ª Parte – XI

Publicado em: 02/08/2021 - 10:46
A Terceira Margem – Parte CCLXXII – Expedição Centenária Roosevelt-Rondon 2ª Parte – XI

Expedição Centenária Roosevelt-Rondon
2ª Parte – XI

Anjo da Ventura – I

Em 1914, São Luís de Cáceres recebeu a visita do Ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que participava da Expedição Roosevelt-Rondon. Conta-se que ele ficou encantado com o comércio daqui, pousou duas noites lá no “Ao Anjo da Ventura”, da família do Zé Dulce que também era dona do vapor Etrúria. (PINHEIRO JR)

 

Quando passamos por Cáceres, em 2015, uma obra de arte chamou minha atenção, a formosa escultura, de 150 kg de antimônio, que encimava um antigo estabelecimento comercial “Ao Anjo da Ventura” inaugurado na última década do século XVII. Infelizmente o mau estado de conservação e a descaracterização da antiga construção em que se destacava a porta principal, de esquina, em arco ostentando uma artística ferragem, ladeada por duas colunas coroadas com harmoniosos capitéis. As demais portas eram ornadas com arcos em baixo relevo e vidros coloridos fixos na parte superior das portas e vasos sobre as platibandas de balaústres.

 

Relatam os professores Acir Fonseca Montecchi e Inêz Aparecida Deliberaes Montecchi no artigo “Anjo da Ventura: a Cidade e o Espelho”:

 

A escultura batizada pelo nome de “Anjo da Ventura” pelo que as fontes indicam, foi trazida para São Luiz de Cáceres no ano de 1890, por José Dulce. Nascido em 1847, em Gênova na Itália, aos dezenove anos desembarca em Buenos Aires, Argentina, trabalhando inicialmente no comércio, para em seguida iniciar atividade de comerciante ambulante. O advento da Guerra do Paraguai demarcou sua atividade comercial itinerante. Seguindo as tropas em combate, fazendo-se presente nos acampamentos militares, mascateando mercadorias, teve uma rápida passagem por Corumbá, chegando a Vila Maria do Paraguai em 1871, após o término do conflito bélico. Nesta localidade, instalou-se comercialmente, constituiu família, conquistou poder político, acumulou um grande patrimônio e morreu em 1921.

 

Após a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, observa-se a presença de imigrantes no controle do capital mercantil no Brasil e na região do Rio da Prata, exercendo forte influência em Mato Grosso. O desenvolvimento capital mercantil está ligado ao desenvolvimento da indústria na Europa, na segunda metade do século XIX, ao desenvolvimento dos transportes e à necessidade de novos mercados consumidores e novas fontes de matérias primas.

 

Aquilo que conhecemos hoje como mercado mundial está, nesse momento, sendo formado. Os comerciantes e suas casas comerciais eram postos de distribuição de mercadorias produzidas pelas indústrias e, simultaneamente, compradores de matéria-prima para a indústria, para a indústria europeia [e americana, mais à frente] que eram a outra ponta do sistema. Em 1871 José Dulce e o também italiano Leopoldo Lívio D’Ambrósio fundam a firma comercial José Dulce & Vilanova, instalando-se na Rua de Baixo, hoje Mal. Deodoro […].

 

Em 1890, já consolidada, a empresa inaugura a sua sede comercial na confluência da Travessa da Cadeia com a Rua Augusta, hoje, Ruas Comandante Balduíno e Coronel José Dulce, funcionando como agência de crédito e financeira na medida em que era preposto do Banco do Brasil. Após alguns anos de funcionamento da empresa comercial, José Dulce compra a parte de Leopoldo D’Ambrósio, passa a ser o único proprietário do estabelecimento e de outros ramos de atividade produtiva e de transporte de passageiros e cargas. Dentre suas propriedades destacavam-se mais de 70.000, [setenta mil] alqueires de terras na região e o vapor Etrúria, que se tornou um ícone do transporte de passageiros e cargas […]. É desse cenário que emerge a escultura. Existem fortes indícios de que tenha sido encomendada a um artista italiano ainda, por nós, desconhecido. Uma vez em Cáceres, a obra de arte foi colocada no alto da platibanda de balaústre do imponente prédio neoclássico que abriga a casa comercial identificada pelo nome fantasia “Ao Anjo da Ventura”.

 

Descrição Iconográfica

Enquanto motivos, temos nessa escultura uma figura feminina alada, em pé, apoiando o pé esquerdo sobre um globo, com a perna direita levemente flexionada para trás. Em sua mão esquerda, outro objeto esférico tendo como detalhes, estrelas incrustadas. Na mão direita, um cetro ou bastão ornamentado com detalhes cônicos e uma estrela em sua extremidade. Seus cabelos ondulados estão presos, as asas afastadas para trás. Uma túnica drapeada, colada, desenha os contornos do seu corpo que, levantada pelo vento, lhe descobre a perna direita até a altura da coxa o que provoca no observador uma ideia de movimento.

 

A posição da cabeça suavemente levantada em direção ao céu dá a sensação de que a escultura vai alçar voo em direção ao Norte. (MONTECCHI & MONTECCHI)

 

 

Autor e Fonte: Hiram Reis e Silva

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