Escolas militarizadas vão acabar no governo Lula? quase 19 mil estudantes de RO esperam por esta resposta

Há sempre filas imensas para inscrição de estudantes neste tipo de educandário. Criticadas por alguns setores da sociedade, principalmente aqueles que consideram que as escolas militares não aceitam a diversidade e nem a indisciplina, que muitas vezes reina nos educandários comuns, basta uma pesquisa no Google, por exemplo, para se encontrar uma série de textos tentando desvalorizar o tipo de ensino diferenciado. Um dos textos menos agressivos e mais perto da realidade, que se encontra na internet, para definir as escolas militares, afirma que “por se tratar de uma instituição de cunho militar, algumas práticas são bem semelhantes às dos quartéis.

Disciplina e respeito à hierarquia são dois dos principais atributos que regem o corpo de alunos. Além disso, grande parte do sucesso dessas instituições está pautado no sistema de meritocracia, instituído no ensino”. A meritocracia, aliás, é base essencial. Neste tipo de educandário, não tem forma de se atingir os objetivos, que não sejam dentro deste contexto.

Contudo, novo governo, nova filosofia, nova ideologia. O Ministério da Educação de Lula já extinguiu a diretoria que tratava exclusivamente da implantação e acompanhamento das escolas militares. O que se tem ouvido e lido é que não serão criados novos educandários dentro deste contexto como, ainda, a situação pode se encaminhar para uma decisão nacional da reversão, em escolas “normais”, de dezenas de colégios semelhantes, em atividade hoje no país. Como não recebeu nenhuma orientação oficial sobre o assunto, a Secretaria de Educação do Estado ainda não tem uma decisão sobre o caso. Primeiro, as decisões federais chegam ao Governo e depois, as novas orientações são encaminhadas à Seduc, para serem postas em prática.

O que se sabe é que milhares de pais e também estudantes que se acostumaram a um ensino diferenciado, de qualidade e com muita disciplina, estão aguardando, tensos, sobre o que acontecerá com os atuais colégios que têm a orientação militar. Atualmente, estas escolas em Rondônia, segundo os últimos números oficiais, estavam próximos a 19 mil alunos. A maior delas são as duas unidades do Colégio Tiradentes, em Porto Velho, com mais de dois mil alunos. A segunda a Escola Daniel Neri, com quase 1.800 estudantes. No interior, a maior é também o Tiradentes de Vilhena, com algo em torno de 960 alunos. O ano letivo se aproxima e, sobre o assunto, há ainda muito mais perguntas do que respostas. Aguardemos, pois! 

Fonte: Opinião de Primeira – Sérgio Pires.